Sargento Laci pode ser novamente preso por transgressão disciplinar

Mesmo após o habeas corpus concedido no dia 30 de julho, o sargento Laci Marinho de Araújo não poderá ficar tranqüilo. O militar que assumiu o relacionamento com outro sargento na capa da revista Época e desde então tem enfrentado represálias do exército, foi acusado na última segunda-feira, dia 18 de agosto, de transgressão disciplinar.

A nova acusação pode garantir a Laci mais trinta dias de cadeia. Segundo os defensores do militar, "as acusações dizem respeito a fatos ocorridos a mais de setenta dias, contrariando dispositivos legais, inclusive, previstos no próprio RDE, Regulamento Disciplinar do Exército (vide Parágrafo 6º do Art 12. do RDE)", conforme divulgou o ex-sargento do Exército Fernando de Alcântara Figueiredo, companheiro do militar há mais de dez anos.

Por dentro do caso

Fernando de Alcântara Figueiredo e Laci Marinho de Araújo assumiram o relacionamento em entrevista à revista Época no início de junho. Poucos dias depois os dois participaram do programa SuperPop, apresentado por Luciana Gimenez na Rede TV!. Na ocasião, a sede da emissora foi cercada por homens da Exército que prenderam Araújo por deserção (segundo o Exército, ele não se apresentava no trabalho havia oito dias). Poucos dias depois foi a vez de Figueiredo ser punido. Laci ficou preso até o fim de julho, quando conseguiu um habeas corpus e responde o processo em liberdade.

O Exército afirma que em nenhum caso houve discriminação da sua parte e que apenas foram seguidas as regras disciplinares da Corporação. Entretanto, organizações de defesa dos direitos LGBT garantem que as atitudes do Exército são uma retaliação aos dois sargentos.

Entenda o caso:
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